Foto: Leo Aversa

A NiN é uma artista multifacetada e imprevisível. Com apenas 18 anos decidiu deixar o Rio de Janeiro para a Europa. Confiou aos pais seus planos: iria atravessar o oceano Atlântico simplesmente num veleiro com um casal de amigos que mal conhecia. A mãe se assustou e acabou oferencendo uma passagem de avião — garantia de uma viagem segura e breve.

Foi rápida: aprendeu o francês em três meses lendo a biblioteca inteira do futuro pai do seu filho. A viagem europeia durou décadas.

Sempre morando em países de cultura francesa A NiN desenvolveu seus diversos talentos artísticos ao longo dos anos.

No Brasil, desenhava as próprias roupas com nove anos. Então foi natural que chegando na Suíça desenhasse uma coleção de roupas. Apresentou um desfile num clube de jazz e vendeu tudo.

Escreveu peças de teatro e roteiros em ambos idiomas e em paralelo, recebeu críticas positivas na imprensa por sua exposição de arte abstrata em Lausanne.

Tudo isso em silêncio. Na Suíça não se pode nem pensar em barulho. A vibração dos neurônios sonhando em ruído acordaria os vizinhos.

Um dia A NiN cansou do silêncio e do frio e voltou para o Brasil para reencontrar com as paixões da sua juventude: a música e o cinema . Em 2016 parecia uma ideia razoável.

Após a criação do roteiro e direção do seu curta metragem profético — “Noturna” no qual atua o cantor Otto — e que será lançado em breve; ela se dedicou à preparação do seu disco epônimo “A NiN”, lançado em sete de março de 2023, distribuído pela Biscoito Fino e atualmente nas maiores plataformas musicais.

Da sua experiência transatlântica nasceu um disco repleto de sensibilidade que explora seus favoritos autores e compositores brasileiros: de Tim Maia a Gilberto Gil passando por Tom Jobim e Dominguinhos.

Nesse álbum ela convidou sua família musical para acompanhá-la.